Centro Cultural


Firjan

Programa
Centro Cultural
Ano
2012
Área
5.000 m²
Status
Projeto Premiado

Esse projeto é resultado de um concurso nacional de arquitetura feito para a FIRJAN ( Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) e ficou em segundo lugar. Trata-se de um centro cultural e administrativo para essa instituição, no tradicional e histórico bairro de Botafogo, em terreno adjacente ao palacete Lineu de Paula Machado, um belo prédio tombado pelo patrimônio.

As duas diretrizes principais que guiaram nosso projeto para a “Casa Firjan da Indústria Criativa” foram a contextualização e a sustentabilidade. A primeira decisão a ser tomada foi a manutenção de um grupo de árvores de grande porte localizadas aproximadamente no centro do terreno a ser aproveitado. Dessa maneira se define uma construção em “u” com um pátio interno aberto em direção ao palacete tombado e seus jardins. Uma das paredes que definem esse pátio se alinha com a fachada posterior do prédio tombado para criar um laço de conexão entre o novo e o antigo.

Outra pista trazida do palacete foi o telhado acizentado da fachada principal do palacete, que somada à ideia de manipulação da imagem simbólica dos ‘sheds’ fabris, gerou a forma da cobertura e do envoltório para o novo prédio que lembram dobraduras de papel. Esse envoltório funciona como uma pele protetora contra os raios solares ao mesmo tempo que impede a entrada de água da chuva pelo uso de microperfuração das chapas em aço inoxidável que a constituem, permitindo ao mesmo tempo a livre passagem do ar. Dessa forma foi minimizada ao máximo a área sujeita ao uso de ar condicionado, pela adoção do conceito de resfriamento passivo. Essa é uma decisão fundamental para tornar o prédio sustentável: reduzir ao máximo a demanda pelo uso de energia

Na cobertura, ao mesmo tempo que aberturas permitem a entrada no prédio da iluminação natural, acontece a exaustão do ar interno. Essa cobertura capturará água da chuva para reuso em rega e sanitários além de ser coberta por vegetação para isolar termicamente os ambientes sob ele. Outra característica importante da cobertura vegetal é anular o ‘efeito de ilha de calor’ ao reduzir o impacto do ‘foot print’ do novo prédio.

Provenientes do desmonte do prédio que existe no terreno serão reutilizados tijolos e pedras para trazer para o presente vestígios do passado sob uma nova perspectiva. Além de evitar desperdício, agregamos valor afetivo e lembramos de outro símbolo da indústria arquetípica, as grandes chaminés. O novo prédio expressará através do largo uso de estrutura metálica, muitas vezes aparentes, uma forte identidade fabril.

Com o intuito de ter a maior quantidade possível de espaços cobertos, mas abertos e com vistas adotamos o uso do terraço como no caso do restaurante sobre o teatro.

O andar térreo do prédio foi concebido para ser o mais livre e aberto possível, de forma a trazer para dentro os jardins do palacete e o espaço público da rua. Essa decisão integra a construção com seu entorno público e privado e oferece generosamente ao público um novo local de interesse cultural para o Rio de Janeiro. As salas de exposição, uma aberta e outra fechada estão aqui. A biblioteca também.

O teatro/cinema foi elevado do andar térreo para dar lugar ao auditório. Neste espaço percebemos a possibilidade de haver uso permanente, seja como auditório, seja como um local de estar para os usuários do Prédio. Pelo uso de cortinas ele pode ser fechado tanto visualmente para o público quanto permitir o condicionamento de ar no seu interior. Um prisma em vidro delimita o foyer do teatro. O teatro tem o seu fechamento de fundo de palco em vidro acústico com uma pele interna operável em cortina feita com tecido “black-out”. Com a cortina “black-out” fechada o espaço tem seu uso normal. Com ela aberta faz-se a conexão visual entre o interior e os jardins. Neste arranjo é possível trazer o palacete e seus jardins para dentro do teatro.

A circulação vertical faz-se através de dois elevadores e uma escada que passeia pelo grande pé-direito do hall e pelo pátio interno até o terraço do restaurante. Do restaurante pode ser acessada a cobertura verde da casa Firjan e conquistar vistas em 360 graus.

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